A
DELICADA APARÊNCIA DO TOSCO SERTÃO
A enorme plaga da cabeceira jaguaribana,
Ruborescida
pela cáustica luz do halo solarengo,
Abrasando
tudo sob os seus pés,
Cauteriza
a vida do rude reguengo,
No
andejo pastoril de sua gente cigana
Ao astro bronzeo nada engana.
Apolo
a velar sua deusa mais bela,
A
Vênus sertaneja, em forma de morena singela,
Entorpece
de fulgor o que antes jazia escuridão,
Iluminando
a sombra da cardíaca cela,
Incandescendo o peito em calcinante paixão.
Agora,
de tão claro regozijo,
A
morena tez, semeia com todo esplendor,
Despindo
o desejo,
Subvertendo
o amor,
No
corpo, gravando acesa centelha de ardor,
Esculpindo
a fogo, na retina de uns,
A mais linda flor de todo o Inhamuns.
Tão
rico de raios, o sertão descobre sua beleza,
Em sendo a Vitória-régia a mais bela da natureza
E
não seria para menos, tanta epifania
E
tanta divagação,
Pois
tudo que Deus cria,
Vem
o diabo e põe a mão.
Fora
assim com o pai e
Haverá
de ser com o irmão,
Repetindo-se
o que fizera Eva
Ao seu esposo, Adão.
Segue
a vida o exemplo da bíblia,
E
assim, a todo tempo o será,
Em
bela face índia,
Pelos encantos da morena de Tauá.